MASP, Museu da Arte, do Social e da Política




Por Pedro Colucci Ribeiro          

Todos nós sabemos que o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, mais conhecido como MASP, é, desde a sua fundação em 1947, uma das mais importantes instituições culturais do país. Tendo uma das maiores e notáveis coleções de arte ocidental do hemisfério sul e uma biblioteca especializada em arte com mais de 60.000 volumes, o museu foi concebido e idealizado por Assis Chateaubriand e Pietro Maria Bardi, e surge da vontade de seus fundadores de adquirir várias obras de arte e formar no Brasil um museu de nível internacional.
            Antes localizado na Rua Sete de Abril, desde 1968 o MASP se localiza na Avenida Paulista em um edifício projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi em conjunto com o engenheiro José Carlos Figueiredo Ferraz. A construção tem uma área total de 10.000m² e é constituída por dois blocos, um subterrâneo e um outro suspenso a 8,5 metros do chão por quatro vigas de concreto, formando um vão livre de 74 metros de comprimento. O edifício é tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) e tornou-se, ao longo dos anos, um marco da cidade de São Paulo.
            Vê-se, porém, na última década, que ele tem sido utilizado para além da sua atividade artística: o vão do MASP virou palco das mais diversas manifestações populares. Lá ocorrem tanto as concentrações de passeatas em busca de melhores condições salariais para os professores da rede pública, quanto para a luta contra o aumento da passagem do transporte público e contra a homofobia. Há também várias ocorridas contra a corrupção e o aumento abusivo dos salários dos deputados, assim como as juridicamente não permitidas Marcha da Maconha Pamonha e posterior Marcha da Liberdade e Ato contra a violência policial. Além da face política, ocorrem eventos culturais, tais como a Troca Pública de Livros, e eventos comerciais, assim como a semanal feira de antiguidades.
            O vão do MASP tornou-se um lugar vivo e com uma energia pulsante, um local onde as pessoas se encontram e celebram, lutam pelos seus direitos e se posicionam contra uma sociedade opressora, desigual e irracional. Quando lá há concentrações, é o sorriso, o canto e a dança que prevalecem. A função política e social do espaço do MASP se juntou à sua extrema importância artística e cultural. A imaginação e desejo de outro mundo melhor se junta a energia avassaladora dos artistas expostos e parece que esse outro mundo é possível. E tenho certeza que ele é. Só basta querer.

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