Por Rafaela Priolli de Oliveira
A Bienal de Veneza mal começou e já está repercutindo no mundo todo, devido à curadora Bice Curinger ter sido chamada de “conservadora”. O motivo? Ter deixado praticamente de lado grandes países emergentes na arte contemporânea. Segundo sua escolha a grande parte dos 82 artistas expostos são americanos e 40 europeus A própria Curinger em sua defesa alegou: “Acabamos chegando a uma lista grande demais e decidimos cortar alguns nomes, tirando quem já tivesse participado da Bienal”, e justificou o Brasil não ter nenhum representante na exposição: “Todos os brasileiros que me agradam caíram nessa última categoria”.
Outro fator de estranhamento para muitos foi a escolha do pintor Tintoretto como guia da mostra, que busca recuperar a dimensão história das artes plásticas. Um pintor de séculos atrás se relacionaria com a arte contemporânea? De que forma? Para a curadora suíça, sua intenção é de fazer um elo entre o passado e futuro: “Arte contemporânea é muito autorreferente, só volta até o modernismo e não cruza essa linha, que parece ser um tabu. É interessante olhar para a história, ou histórias, no plural. Essa é minha proposta”.
Apesar de todo o “conservadorismo” de Bice, pela primeira vez países como Índia, Bangladesh, Iraque e Arábia Saudita terão seus próprios pavilhões na exposição. Há também Andorra, África do Sul e Zimbábue provando que, apesar de todas as potências europeias e norte americanas, há um deslocamento na geografia da arte por meio do mercado com a tentativa de alavancar a imagem do país. Em entrevista, a curadora da seleção iraquiana, Mary Angela Schroth, diz: “É um momento histórico”.
O Brasil é representado apenas por Artur Barrio, português radicado no Rio de Janeiro, no pavilhão nacional. Mas pelo menos 17 artistas brasileiros ou radicados no país estarão em exposição em Veneza durante o evento.
Os maiores destaques da Bienal ficam para a dupla chinesa Birdhead, Song Tao e Ji Weiyu, que fazem séries de fotos representando as rápidas transformações ocorridas na China devido ao crescimento econômico. E para a russa Anya Titova, apontada como revelação, famosa por suas imagens dormindo em sua intimidade.
Quem tiver a chance de viajar para Veneza ou estiver por lá, a Bienal foi aberta ao público dia 04 de junho e permanecerá visitável até 27 de novembro de 2011.
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