Arquitetura em cheque


Por Carolina de Angelis Mologni

             Em recente entrevista dada à Folha de São Paulo, Diana Dorothèa Danon, desenhista documental que desde a década de 1960 faz registros da arquitetura paulistana, conta sobre as descaracterizações das construções das décadas passadas e lamenta sobre muitos desses prédios terem sido demolidos.
          Diana diz que há cinco décadas, enquanto andava pela cidade, começou a notar que alguma coisa estava mudando, os edifícios estavam sendo derrubados para dar lugar a novas edificações ou simplesmente viravam um terreno baldio. Para acompanhar a velocidade das demolições ela adotou a canetinha no lugar do nanquim. "A secagem é mais rápida e eu voltava com inúmeros desenhos no final do dia.", disse a artista.
          Uma seleção dos desenhos de Diana foi comprada pela Biblioteca Mário de Andrade. Entre eles, 32 que registram as décadas de 1920 a 1940, quando ganharam força o art déco e o modernismo. Ainda 15 desses imóveis existem e estão conservados, mas os outros 17 só sobreviveram no papel.
          A desenhista de 81 anos afirma que não vai parar de fazer seus projetos e dá um alerta que está na hora da nova geração se preocupar com esses patrimônios, pois agora aonde havia três casinhas se constrói um prédio e nossa memória vai se perdendo.

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