Por Ana Paula Lopes
Marcel Duchamp pode ser considerado um dos maiores artista do século XX, artista que vai romper com a tradição. Pai da arte conceitual e dos ready-mades e que vai colocar a arte em crise. Agora arte não era apenas para ser admirada, mas sim pensada. Mudando assim, completamente o rumo da arte.
Henry Robert Marcel Duchamp foi um artista francês, nascido em 28 de julho de 1887 na cidade de Blainville, na França, e falecido em 02 de outubro de 1968 na cidade de Nova Iorque, EUA. Terceiro filho de sete irmãos, seis dos quais sobreviveram. Nascido numa família de artistas, pintores e escultores e numa atmosfera bem propicia, onde as tardes se tocavam musicas e jogavam xadrez.
Duchamp inicia sua carreira em 1905, estagiário numa gráfica onde adquire uma experiência tipográfica que, na verdade, como conta Duchamp na entrevista para Pierre Cabanne, foi um episodio engraçado de sua vida, pois prestou o exame para ser operador de arte, mas na realidade para escapar dos três anos de serviço militar obrigatório. Após um ano no serviço militar, ele foi para Paris, onde se inscreveu na Academia de Julian, ficando apenas um ano, pois preferia ir jogar bilhar a que ir ao ateliê, conta ele em sua entrevista. Também tentou a Escola de Belas Artes, mas foi reprovado.
Duchamp também trabalhou no Le Sourire e no Le Courrier Français onde fazia Cartoon, emprego este conseguido por intermédio do seu irmão Villon.
Entre os anos de 1906 e 1911, suas ideias transitaram pelos movimentos Fauvista e Cubista (grandes rupturas estéticas) e teve como grande influenciador de suas obras Henri Matisse (representante do Fauvismo).
Expôs pela primeira vez no Salão dos Independentes em 1909 duas telas, uma delas era uma paisagem de Saint–Could, vendida por cem francos e a outra, sem nome, um esboço de um nu, exposta novamente no Salão de Outono de 1911, vendida, então, para a bailarina americana Isadora Duncan.
Para Duchamp, a vida de pintor representava boemia, vivia-se, pintava-se, faz-se pintura porque se quer a tal liberdade, pois ninguém que viver num escritório.
Duchamp além de artista foi enxadrista, sendo filiado a vários clubes e viajou para vários torneios pelo mundo. O xadrez foi um grande influenciador de suas obras.
Duchamp e Picabia (pintor) se agrupam aos fotógrafos americanos Man Ray e Stieglitz e fundam a revista 291, onde antecipam vários temas do movimento dadaísta ao qual aderem em 1918.
Foi um dos grandes nomes ou o maior ícone do movimento Dadaísta, criada no Cabaré Voltaire em 1916, Zurique.
Quando estoura a Primeira Guerra Mundial, Duchamp deixa a França e desembarca em Nova Iorque, EUA. É recebido por alguns artistas e poetas americanos, elevando a sua moral e sendo admirado por muitas pessoas, fato que não acontecia em seu país de origem onde sua arte não era bem vista. Recebeu alguns convites para pintar para algumas galerias, mas não queria tirar da sua pintura seu sustento. Tornando-se, então, professor de francês.
Duchamp começa a transitar pelo eixo Nova Iorque-Paris.
Marcel Duchamp morre em 1968, deixando um grande legado na história da arte contemporânea. Foi um artista que influenciou movimentos e, como tantos outros, não foi compreendido em seu tempo. Teve trabalhos ignorados pelo público e por intelectuais da época, ignorado até pelo seu próprio país, só sendo reconhecido como grande artista na América, mudando assim a arte visual e a ideia do artista.
Artista inovador, pai da arte conceitual e dos ready-mades, colocou a arte em crise. Rompeu e quebrou com o academicismo. Contestou a arte, tornando o dadaísmo um estilo anti-arte. Desmistificou todos aqueles valores adquiridos por séculos, como a aura artística. Com os ready-mades, Duchamp retira ou coloca valor, fazendo assim questionamentos que vão perpetuar até hoje: O que é arte? Obra é obra por que está no museu? Colocou a arte em outro patamar, arte não era apenas para ser olhada, mas também para ser pensada. Interagindo com sua obra, o espectador já não é mais um simples observador e apreciador. A arte interage com o público fazendo com que este reflita sobre ela.
A obra de Duchamp é constituída por três elementos: arte, artista e público. Um não existe sem os outros e, mais que tudo, sua arte é provocativa, em todos os aspectos.